Descrição
Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas, nos aprisiona e nos liberta no ano de 1990. Tudo começa e recomeça aos pés de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da encantada Pedro II, terra natal do autor desta obra.
No entanto, é no enredo e no desfecho de Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas que o seu autor nos aprisiona ao tempo que nos alforria pelas portas das igrejas e pelos terreiros de umbanda, espaço textual desta obra em que o autor o chama de “entre a cruz e o atabaque”.
Cleomar segue nesta literária linha, escrevendo e reescrevendo essa temática de forma adulta e transparente, relacionando-se sobriamente com a sadia e necessária convivência do histórico sincretismo religioso externado por nosso “tímido” povo de terreiro.
É neste contexto que presenciamos e até vivenciamos as lacunas ainda por serem preenchidas no seio do autor, ele próprio nos revela a respeito de si mesmo enquanto criança, descrevendo-se e assim nos afirmando “sou aquela assustada criança que ainda mora em mim”.
Cleomar nos coloca frente a frente com os nossos pífios reflexos e com os nossos tenebrosos ocultos complexos, nos faz o autor de Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas, enxergarmo-nos de dentro para fora, diante deste espelho que nos mostra as nossas frágeis e vaidosas despidas matérias, fato este que nos transformam em atraentes Genuínos Meninos e em Cajuínas Meninas valentes, é assim que nos sentiremos a partir da leitura desta clássica obra, ao estarmos frente a frente com este enigmático espelho literário.
A trama ocorre em um espaço temporal que se estende do dia 28 de fevereiro a 06 de setembro do corrente ano, pelas cidades de Pedro II e Teresina, capital do estado do Piauí. O cenário central onde narra-se boa parte da história é a Escola Thereza Cristina.
No início daquela década e daquele ano letivo, um jovem interiorano é apresentado para a metropolitana e receptiva Louise Buscolini, uma jovem burguesa com traços e atitudes de uma meiga plebeia, “espírita e empática”. Virtudes recíprocas que os aproximam nesta obra literária, pelas páginas e por outras tantas páginas lidas, Cleomar e Louise vão conhecendo-se e conhecendo-se a si próprios, lembrando com entusiastas gargalhadas o quanto foram felizes pelas pretéritas vidas vividas por este casal de irmãos.
– Prazer, Louise, me chamo vazio de mim mesmo!
O Brasil da obra Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas iniciava aquele ano com três sonhos para realizar-se; A esperança em ver o novíssimo democrático governo prosperando, aquela vontade danada de sermos tetras campeões de futebol, e o de vermos Juma Marruá sendo feliz com o seu Zé Leôncio, no clássico da dramaturgia brasileira “Pantanal”, na época transmitida pela extinta TV Manchete.
Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas, nos revela os discretos traços bucólicos e felizes do seu escritor, os seus ombros amigos nos dizem muito o que pensava aquele adolescente noventista a respeito de seu contemporâneo semelhante, seus medos e suas coragens, sua timidez e sua vontade de mudar o mundo, seus traumas e suas superações, o encorajaram diante de sua vã filosofia.
Teria sido tudo aquilo em vão?!
Sejam todos e todas bem vindos ao ficcional e historiográfico mundo de ”Genuínos Meninos & Cajuínas Meninas”.
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